Romeu de Avelar, nome literário de Luiz de Araújo Morais (1896-1972), nasceu em São Miguel dos Campos, Alagoas. Foi jornalista, administrador público e escritor. Intelectual versátil e apaixonado por sua terra, foi membro da Academia Alagoana de Letras, onde ocupou a cadeira 32, e patrono da cadeira 14 do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. Passou boa parte da década de 1920 em Belo Horizonte onde, na Universidade, relacionou-se com jovens e promissores intelectuais mineiros, como Carlos Drummond de Andrade, Pedro Nava, Baptista Santiago, Achiles Vivacqua, Milton Campos, Abguar Renault e outros, ao lado jornalista e poeta Delorizano Morais, seu inseparável irmão. Nesse período tornou-se amigo do futuro Presidente Juscelino Kubitschek, que cursava a faculdade de Medicina em Belo Horizonte.<br /><br />Nos anos seguintes, até seu falecimento em acidente rodoviário, dividiu seu tempo entre as cidades do Rio de Janeiro e Maceíó, nas quais foi jornalista militante e ocupou cargos públicos federais e estaduais. Como jornalista, foi fundador, diretor, proprietário, redator ou colaborador de inúmeros periódicos em Maceió, Recife, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Como escritor, incursionou por diversos gêneros (conto, romance, memórias, biografia, antologia, crônica e teatro). O livro mais conhecido de Romeu de Avelar é Calabar, uma interpretação romanceada do tempo da invasão holandesa, publicado em 1932 e 1973. Pirongas, seu segundo livro de contos, terminado em 1972, permaneceu inédito até agora em virtude do falecimento do autor nesse mesmo ano e de dificuldades associadas à definição da propriedade dos direitos autorais de sua obra no processo de sucessão.