António Miguel de Morais Taborda Barreto (Porto, Foz do Douro, 1942) é um cientista social e cronista português. Fou Ministro do Comércio e Turismo (1976-1977) e Ministro da Agricultura e Pescas (1976-1978)<br><br>Terceiro de sete filhos de Manuel da Costa Pinto Barreto (Peso da Régua, 17 de Dezembro de 1907 - Porto, 21 de Dezembro de 1981) e de sua mulher (Vila Real, Folhadela, 15 de setembro de 1938) Maria do Céu de Morais Taborda (Porto, 7 de Maio de 1912 - Porto, 5 de março de 1980), neta materna do 1.º Barão de Gouvinhas e sobrinha-neta materna do 1.º Visconde de Morais, que recusou o título de Conde de Morais, uma família com reminiscências fidalgas, católica e apoiante da monarquia; António Barreto mudou-se muito jovem para Vila Real, onde viveu até finalizar os estudos liceais.<br>Estudou Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra até 1963, onde foi ator do CITAC - Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra. <br>Radicado na Suíça em 1963, acabou por se licenciar em Sociologia, na Universidade de Genebra, em 1968. Foi assistente daquela Universidade, até 1970, onde voltaria para realizar o doutoramento, obtido em 1985. Foi investigador do Instituto de Pesquisas das Nações Unidas para o Desenvolvimento Social, de 1969 a 1974. <br>Regressado a Portugal na sequência da Revolução de 25 de abril de 1974, tornou-se investigador no Gabinete de Estudos Rurais da Universidade Católica Portuguesa, função que desempenhou até 1982, mudando-se nesse ano para o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, onde se manteve até à jubilação, em 2009.<br>Concomitantemente, foi professor de disciplinas de Sociologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, tendo feito parte da Comissão Instaladora desta última.<br>Foi vogal do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Estatística. Em 2009, por designação de Alexandre Soares dos Santos, assumiu a presidência do Conselho de Administração da Fundação Francisco Manuel dos Santos, onde criou o portal de informação estatística Pordata. Manteve-se nesse cargo até 2014.<br>Foi militante do Partido Comunista Português entre 1963 e 1970, aderindo, após o 25 de abril de 1974, mais precisamente em dezembro desse ano, ao Partido Socialista. Eleito deputado à Assembleia Constituinte, no ano seguinte, em 1975, seria membro do VI Governo Provisório (Pinheiro de Azevedo), como Secretário de Estado do Comércio Externo, e do I Governo Constitucional (Mário Soares), como Ministro do Comércio e Turismo, primeiro, e da Agricultura e Pescas, depois.<br>Afastou-se do PS para apoiar o projeto da Aliança Democrática, liderado por Francisco Sá Carneiro, com o efémero Movimento dos Reformadores, criado com José Medeiros Ferreira e Francisco Sousa Tavares, em 1978.<br>Em 1985 apoiou Mário Soares, no MASP I (Primeiro Movimento de Apoio Soares à Presidência) para as eleições presidenciais portuguesas de 1986. Entre 1987 e 1991 regressou ao Parlamento, como deputado à Assembleia da República, pelo PS. Afastou-se definitivamente do partido na década de 1990.<br>Autor de vasta bibliografia, dedicou a sua investigação aos temas da emigração, socialismo e reforma agrária, evolução da sociedade portuguesa, indicadores sociais, justiça, regionalização, Estado e Administração Pública, Estado Providência, comportamentos políticos e retrato da região do Entre Douro e Minho. Na televisão, assinou a série de documentários Portugal, um retrato social, realizada por Joana Pontes (RTP, 2006), e dedicou-se ao comentário político em Regra do Jogo, com José Miguel Júdice (SIC Notícias, 2006-2008). É cronista do jornal Público desde 1991 atualmente escreve no Diário de Notícias uma coluna semanal ao domingo.