Robert Byron — como seria de suspeitar pelo apelido — tinha parentesco, ainda que bastante afastado, com Lord Byron, e nunca se cansava de lembrar esse facto. Nasceu em 1905 e foi aluno de Eton. Frequentou o Merton College, em Oxford, de onde acabou por ser expulso, dados «os seus modos hedonistas e rebeldes». Abandonou assim o percurso académico, mas iniciou uma deambulação geográfica. Viajou pelos lugares mais díspares: o Monte Atos, a Índia, a União Soviética e o Tibete. Começou a publicar os seus relatos de viagem em 1926, após uma viagem pela Europa. Descobriu que o apelido Byron lhe abria inúmeras portas na Grécia, mas nesse país escarneceu de templos e ânforas, de tudo quanto deveria deslumbrar o viajante. Em 1933, quando visitou a Pérsia e o Afeganistão, viagem que relatou em «A Estrada para Oxiana», não lhe interessavam tanto as afamadas ruínas de Ispaão quanto uma desapercebida torre do século XI, o Gonbad-‑e Qabus, de novo se evidenciando o desprezo de Byron pelo lugar-‑comum, bem como um invulgar eclectismo.<br />Byron ficou também conhecido como crítico de arte e historiador, mas foi como correspondente de guerra de um jornal londrino que, em 1941, acabou por morrer. O navio em que viajava com destino à África Ocidental foi torpedeado pelos alemães, ainda ao largo da Escócia.