Carlos de Matos Gomes (Vila Nova da Barquinha, 1946 — Lisboa, 2025) foi Oficial do Exército, e cumpriu comissões na guerra colonial em Moçambique, Angola e Guiné. Foi condecorado com as medalhas de Cruz de Guerra de 1.ª e de 2.ª Classes. Integrou a primeira comissão coordenadora do Movimento dos Capitães (1973), na Guiné, e a Assembleia do MFA, em 1975. Foi investigador e conferencista convidado de História Contemporânea, e co-autor, com Aniceto Afonso, das obras: Guerra Colonial, Os Anos da Guerra Colonial, Portugal e a Grande Guerra, Alcora, a Aliança Secreta do Colonialismo e A Conquista das Almas. Foi ainda autor de trabalhos de investigação sobre operações militares em África e africanização das Forças Armadas portuguesas, bem como de artigos para obras de História, escreveu Guerra Colonial: Um Repórter em Angola (com Fernando Farinha) e foi consultor da série A Guerra, de Joaquim Furtado (RTP). Como romancista, sob o pseudónimo Carlos Vale Ferraz, publicou 12 romances, entre os quais Nó Cego e A Última Viúva de África, vencedor do Prémio Fernando Namora. O romance Os Lobos não Usam Coleira foi adaptado ao cinema por António-Pedro Vasconcelos, com o título Os Imortais. O romance Fala-me de África foi adaptado a série televisiva sob o título O Regresso a Sizalinda. Foi guionista do filme Portugal SA, de Ruy Guerra. Foi distinguido como Grande Oficial da Ordem da Liberdade. Otelo, o Herético é o seu último livro, publicado postumamente em 2025.