Ophélia Queiroz nasceu em Lisboa, na Rua das Trinas, no dia 14 de junho de 1900. Filha de pais algarvios, de Lagos, é a mais nova de oito irmãos. Concluiu o primeiro grau da instrução, embora desejasse ser professora de matemática, mas procurou estar sempre atualizada estudando Francês e Inglês. Gostava de ler, de ir ao teatro e de conviver. Passava muitas horas em casa do sobrinho, o poeta Carlos Queirós, a conviver com grandes artistas como Carlos Botelho, Vitorino Nemésio, Almada Negreiros, Olavo d'Eça Leal, Teixeira de Pascoaes, José Régio e outros. Ophélia foi a namorada de Fernando Pessoa durante duas fases: de 1 de maio a 29 de novembro de 1920 e de 11 de setembro de 1929 a 11 de janeiro de 1930, embora o contacto entre os dois se mantenha cordial, mas esporádico, até à morte do Poeta. A primeira fase, marcada por uma paixão sincera, termina com uma carta em que Pessoa afirma que o seu destino pertence a outra lei. O reencontro, motivado por uma fotografia do Poeta a beber no Abel Ferreira da Fonseca, oferecida a Carlos Queirós, inicia-se quando esta mostra vontade de possuir uma igual e ele lhe envia uma com a dedicatória: Fernando Pessoa em flagrante delitro. Nesta segunda fase, nota-se uma enorme confusão de sentimentos e perturbação psíquica.A partir de 1936 até 1955 trabalhou no SNI (Secretariado Nacional da Informação). Nesse ano, na Tobis, conhece Augusto Soares, um homem de Teatro, com quem casa em 1938.