Urbano Augusto Tavares Rodrigues (Lisboa, 1923-2013) foi um escritor e jornalista português.<br />Filho do escritor Urbano Rodrigues, nasceu em Lisboa e passou a infância em Moura. Criado numa família de grandes proprietários agrícolas, recebeu as influências das gentes do campo, o que marcou indelevelmente a sua obra escrita. Frequentou a Faculdade de Letras de Lisboa, onde se licenciou em Filologia Românica. Impedido de leccionar em Portugal, foi leitor de português nas universidades de Montpellier, Aix e Paris, entre os anos de 1949 e 1955. Depois do 25 de Abril de 1974 regressou a Portugal. Em 1984 doutorou-se em Literatura, com uma tese sobre a obra de Manuel Teixeira Gomes. Em 1993 jubila-se como professor catedrático da Faculdade de Letras. Foi igualmente professor na Universidade Autónoma de Lisboa Luís de Camões. Foi membro efectivo da Academia de Ciências de Lisboa e membro correspondente da Academia Brasileira de Letras.<br />Autor prolífico, figura como um dos mais prestigiados escritores da segunda metade do século XX em Portugal, sendo a sua obra marcada pela consciência do indivíduo face a si mesmo e aos outros, até ao reconhecimento de uma identidade social e política. Além de romances, escreveu em diversas revistas e jornais, como o <i>Bulletin des Études Portugaises</i>, a <i>Colóquio-Letras</i>, o <i>Jornal de Letras</i>, <i>Vértice</i>, <i>Nouvel Observateur</i>, entre outros. Foi director da revista <i>Europa</i> e crítico de teatro d'<i>O Século</i> e do <i>Diário de Lisboa</i>. Enquanto repórter percorreu grande parte do mundo, tendo reunido os seus relatos de viagem nos volumes <i>Santiago de Compostela</i> (1949), <i>Jornadas no Oriente</i> (1956) e <i>Jornadas na Europa</i> (1958). No Cairo, em 1956, viveu a sua coroa de glória como jornalista, captando em crónicas para o <i>Diário de Lisboa</i> toda a complexidade da crise do Suez e das posições de Nasser.<br />Partidário de um comunismo ortodoxo, Urbano afirma que a sua obra foi influenciada pelo existencialismo francês da década de 1950; mais tarde, na sequência da sua detenção no forte de Caxias, durante o salazarismo, surge como autor da literatura de resistência, a que se seguiu um novo período, mais optimista, no pós-25 de Abril.