Editorial: Edições Vieira da Silva
Número de páginas: 268 págs. 22.0 x 15.0 cm
Fecha de edición: 01-09-2021
EAN: 9789897792823
ISBN: 978-989-779-282-3
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Precio (IVA incluído): 31,20 €
Os valores fugiram no comboio do fogo. Aportaram decerto num espaço que não se desvenda, porque ao nosso redor tudo é disforia e sensaboria.
Mercê do destempero deste mundo, tentamos alcançar o equilíbrio no seio da família; todavia, muitas vezes, esta estrutura barra-nos a saúde e a existência. Acabam-se, consequentemente, os sonhos de alguma felicidade, e caímos no marasmo existencial. Tudo deixa de ter conserto e a nem a Lua nem o Sol conseguem neutralizar a dor que assola quem perde a força dos laços de fraternidade.
Isabel perdeu tudo, quando descobriu que a Vida lhe tinha partido a Alma. Doente, sem capacidade de discernimento, tenta enfrentar esta intempérie com a ajuda do homem que ama; mas o disfarce aparece. O seu menino de ouro viveu para a ter, e nunca para a sarar, razão pela qual, esta mulher plural caminha sozinha pelos vales de uma existência doída. Já não consegue subir a avenida da vida, porque o cancro a dilacera. Crente, quer apagar as mágoas maiores, mas nem Deus a escuta. Tudo é frieza e nostalgia. A filha do casal partiu, também, rio acima em busca de um arsenal de paz. A mãe acaba por funcionar como um problema a resolver num Tempo, que não consegue visualizar no mapa.
Isabel sai da sua dor e vai tentar encontrar no meio a força que perdeu na família... o apoio chega, mas parte rapidamente. O seu amor de sempre voou nas asas de um gavião, e agora tem um outro bem-estar. Sozinha, e reduzida a cinzas que não têm cor nem cheiro, desloca-se sistematicamente ao IPO onde encontra um naco de paz. É lá, no seio da doença, que conhece a fragilidade humana e que reconhece que não é a única. Desterrada por estar doente, e condenada por não conseguir debelar a moléstia do século, Isabel encontrou a força de viver, quando um arauto andando pela cidade gritou que a paz havia chegado...
Isabel parou e viu... Viu um pergaminho cheio de letras e tons onde estava escrita a sua desdita, mas, também, a sua cura.