Editorial: Bnomics
Número de páginas: 178 págs.
Fecha de edición: 01-06-2016
EAN: 9789897131622
ISBN: 978-989-713-162-2
Precio (sin IVA): 21,28 €
Precio (IVA incluído): 22,13 €
"A Dívida e a Culpa ", jogo de palavras com o duplo significado do termo alemão "Shuld", oferece aos leitores uma análise comparada das crises financeiras de Portugal, Espanha, Irlanda e Grécia, os quatro países da periferia do euro que foram salvos do default com a ajuda de resgates externos.
Rui Cartaxo, um economista de formação com a perspetiva pragmática de um gestor profissional, argumenta que a EU errou na abordagem que fez à crise da área do euro, ao passar ao lado da correção dos desequilíbrios externos, para se focar apenas na disciplina das finanças públicas. Esse erro de perspetiva penalizou fortemente os países da periferia, deixando fora da agenda do combate à crise a correção dos gigantescos excedentes externos de países como a Holanda e a Alemanha.
Apesar desse erro da política europeia, o livro explica as razões pelas quais a Irlanda, e em certa medida a Espanha, conseguiram ter algum sucesso com o resgate, enquanto a Grécia continua no fundo do abismo. Portugal é um caso intermédio, que está numa espécie de limbo: conseguimos concluir o programa de assistência financeira e voltar aos mercados, mas não afastamos em definitivo o espetro de novas crises.
Rui Cartaxo argumenta que uma das razões para o relativo sucesso da Irlanda e de Espanha foi terem identificado e corrigido a tempo o impacto do rebentamento da bolha imobiliária sobre o setor financeiro, coisa que os programas de assistência à Grécia e Portugal não fizeram. Ao focarem-se demasiado na redução dos défices públicos, com metas e prazos irrealistas num contexto externo desfavorável, a Grácia e Portugal sujeitaram-se a execuções acidentadas dos seus programas, com múltiplas revisões de objetivos e medidas, criando insegurança e incerteza aos agentes económicos.
Segundo Rui Cartaxo, só atraindo mais investimento externo para capitalizar as empresas e os bancos, promovendo a mobilidade de recursos do setor público para o privado e das atividades protegidas para as transacionáveis, e saneando e reestruturando o setor bancário, Portugal poderá voltar a ter um crescimento sustentável e afastar o espetro de mais resgates.