Editorial: Lema d'Origem Editora
Número de páginas: 368 págs. 23.0 x 15.0 cm
Fecha de edición: 01-04-2025
EAN: 9789899237438
ISBN: 978-989-9237-43-8
Precio (sin IVA): 21,42 €
Precio (IVA incluído): 22,28 €
O percurso, como historiador, de José Luís Lima Garcia (1951) entroncou na paciente desconstrução destes postulados. Havendo documentado o nascimento e o desenvolvimento da Agência Geral das Colónias/Agência Geral do Ultramar, através da sua dissertação de doutoramento, recentemente publicada, não lhe passou despercebida a importância da literatura como objeto de propaganda. Ainda que as taxas de analfabetismo continuassem a exibir valores altos durante o Estado Novo, a doutrinação escolar nunca foi descurada. O Império, sob a forma de panegírico ou mapa exposto nas salas de aula, primava pela constância. Aliás, como sucedeu com todas as potências coloniais, as quais, de resto, Lima Garcia foi estudando ao longo dos anos, através do necessário exercício comparativo, do mesmo modo que encetou trabalhos incidindo sobre a Guarda e a região envolvente, onde se estabeleceu a dada altura. Neste âmbito, também contribuiu para a relevância de uma historiografia local e regional em estreito compromisso com aqueloutra de índole nacional e global. É, pois, na confluência destes géneros e temáticas, em torno de uma geografia (também sentimental) que se estreita e alarga, que podemos situar este seu novo livro de análise e de síntese, versando a (região da) Guarda e as suas ligações e projeções com o espaço colonial português dos séculos XIX e XX. Compreendendo 12 capítulos, uma conclusão e uma cronologia, o estudo abraça a tarefa de revisitar, um após o outro, os mitos estruturantes do Império português. Partindo das formulações do mencionado Valentim Alexandre, aliás presentes no título da obra e em alguns capítulos, Lima Garcia entrelaça a colonização nos ritmos da cidade beirã.