Coelho, Eduardo do Prado
Lages, Margarida
(ed.)
Editorial: Imprensa Nacional-Casa da Moeda
Colección: Biblioteca Eduardo Prado Coelho
Número de páginas: 726 págs. 21.0 cm
Fecha de edición: 01-01-2012
EAN: 9789722720335
ISBN: 978-972-27-2033-5
Precio (sin IVA): 30,50 €
Precio (IVA incluído): 31,72 €
Aceitamos que a crítica deve reivindicar a sua função poética, mas é-nos mais difícil definir de que modo esta função aqui se torna sua, e não a de poetas ou romancistas — será apenas a oposição entre o consciente e voluntário do crítico face ao inconsciente e involuntário do criador literário? Tradicionalmente, este desajustamento vem permitir o jogo em que o crítico se habilita a saber mais na medida em que julga as obras a partir de um lugar-tribunal («mas o tribunal de toda a escrita está em toda a parte e em parte alguma» — dirá Eduardo Lourenço), e simultaneamente, num alarde de modéstia que passa pelo culto humanista da Literatura, o crítico é aquele que sabe menos, e jamais poderá pretender ir além do menos do saber que lhe é institucionalmente atribuído. A noite do mundo - Donde vem o sentido? Da minha relação com o mundo. Assim: se eu tentar entender o mundo tal como ele é, o mundo é como a revolução, a infinitude de todos os possíveis, mas a impossibilidade de concretização de qualquer sentido; isto é, o mundo é demasiado denso de sentido, é demasiado complexo, para que seja possível produzir um sentido sem reduzir a sua complexidade. Essa redução faz-se quando eu encontro um princípio de selecção das informações que o mundo me dá. Se eu tenho demasiados livros em casa, e nenhum motivo para escolher este em vez de aquele, eu poderei ficar paralisado pelo excesso de livros e não conseguir ler nenhum. Um pouco o que acontece quando entramos numa imensa biblioteca ou num gigantesco centro comercial: uma náusea, um estonteamento, uma impossibilidade.