A minha aldeia

Vazquez, Manuel

Neste livro um menino anónimo nascido na cidade de Lisboa procura nas origens dos seus pais e avós, as causas e razões de aprender a ser, a crescer e a amadurecer.
Entre aventuras e desventuras de uma família vinda de longe, de um país vizinho, Espanha, com costumes, língua, louvores e primores, ambição e ilusão, o jovem apresenta os seus familiares mais marcantes, a transição entre uma cultura de emigrante, uma pátria errante. Conhece gente de muitos estratos sociais, aprende os mais elementares valores morais. A atração pela natureza, pelo campo o faz sempre relembrar que no seu sangue corre a aventura, a conquista, o nascimento, a doença, o acidente e a morte. Na sua obra investiga as origens, história, e antropologia, valores religiosos, pagãos e amores.
O mundo natural sempre por lá presente, lobos, raposas, cavalos, ovelhas e cabras, a par de aves, lebres e coelhos, mais que perdizes e pombos ou rolas. A caça a repudia e nos acidentes dela procura apoio em respeito e acarinhar o mundo animal e natural.
O tema do confronto entre o português e o espanhol, a leitura de Camões onde descobre como que o Ulisses português e em Miguel de Cervantes o confronto entre o romanesco louco e real de Don Quijote e seu aio Sancho com as montadas de Rocinante e Russo se revela o seu enorme interesse pela literatura.
Prosa e poesia ocorrem de uma forma espontânea e os costumes árabes ou muçulmanos a par dos cristãos e procissões criam o desafio ao leitor perceber a aceitação do rural, do comerciante, o grande agrário ou latifundiário a par do cigano e sem meio de grande sustento.
O tema sempre urge aceitar a herança e tradição dos antepassados, dos costumes e património da sua herança familiar.