Editorial: Biblioteca Nacional (Portugal)
Colección: Estudos
Número de páginas: 520 págs. 23.5 cm
Fecha de edición: 17-11-2014
EAN: 9789725655368
ISBN: 978-972-565-536-8
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A segunda metade de Setecentos representa para as bibliotecas portuguesas um tempo maravilhoso, que teve o seu auge entre 1795 e 1803 quando surge a Real Biblioteca Pública da Corte.
Havia em Portugal muitas bibliotecas, muitas delas superiormente munidas de livros, algumas delas de iniciativa régia, mas em meados do século XVIII os seus procedimentos e organização não evidenciavam sinais de modernidade. Os cuidados e a atenção parecem concentrar-se na provisão desmedida de livros alcançada mercê da generosidade real. Com o Terramoto, a soberba Livraria Real desapareceu. D. José tenta colmatar a lacuna, compra bibliotecas a particulares, consegue contribuições várias mas o que ele está a preparar é ainda outra Livraria Real. A concretização do projeto de uma grande biblioteca pública cabe a D. Maria, tendo sido preciso fazer quase tudo a partir do zero. A forma como a Real Biblioteca irá evoluir demonstra que houve uma intenção política na decisão régia. A organização, estrutura e missão da Real Biblioteca atribuem-lhe uma responsabilidade idêntica à de outras instituições setecentistas na construção do Estado moderno.
Quatro personalidades, cada uma à sua maneira, contribuíram para a criação e sucesso do projeto da Real Biblioteca Pública da Corte: Manuel da Maia que primeiro referiu a urgência em dispor de tal equipamento; Cenáculo que idealizou uma grande biblioteca pública onde não poderiam faltar as preciosidades bibliográficas; Ribeiro dos Santos, profundo conhecedor de livros e bibliotecas que incansavelmente limpou, regulou, organizou, comprou; Sousa Coutinho, diplomata e político, convicto da imprescindibilidade da literatura de cariz científico de utilidade pública. Configura-se nesses anos uma mudança de paradigma tendo cabido à Real Biblioteca Pública da Corte arcar com essa missão.