A saúde (não) tem preço

percepção dos cidadãos no acesso à saúde

Santos, Elizabeth
Veiga, Fátima
Cruz, Paula

Esta publicação da EAPN Portugal procura dar resposta a uma preocupação da Organização relativa às consequências da crise económica e social que atingiu uma vasta faixa da população portuguesa na sequência da intervenção da Troika ao nível dos cuidados de saúde. Sendo consensual entre os investigadores, e são inúmeros os estudos que o comprovam, que a situação socioeconómica é um fator determinante no estado de saúde das pessoas, o estudo consegue evidenciar em particular a debilidade no acesso aos cuidados de saúde por parte das pessoas em situação de maior precariedade económica. Por outro lado, a existência de vulnerabilidades socioeconómicas, é por si só potenciadora do agravamento da situação de saúde, em particular, evidenciada ao nível da saúde mental. O estudo corrobora também que a equidade em saúde está comprometida no nosso país pelas desigualdades sociais e económicas ou pela situação geográfica e muitas vezes pelas duas. Como salienta Mário Durval, Delegado de Saúde Regional de Lisboa e Vale do Tejo e Diretor do Departamento de Saúde Pública da ARSLVT que prefaciou o livro: “O facto do SNS ser “Universal e tendencialmente gratuito”, deveria ser uma garantia para um acesso mais equitativo. No entanto, ao não garantir uma distribuição harmoniosa dos serviços pelo território, penaliza ainda os mais pobres, obrigados a deslocações e ao pagamento de medicamentos cada vez mais caros.”
Esperamos que este livro seja um recurso para todos aqueles que trabalham ou se interessam por estas temáticas e que promovam uma reflexão sobre o atual Serviço Nacional de Saúde e a sua importância no contexto da promoção da equidade social.