Amor do homem

Maria, Lídia

Quem se sente poeta, percebe o sentimento de carícia que pode advir do carinhoso ato de lançar uma pedra. Quem se sente poeta, entende que o amor pode nascer até dentro de um saco de cimento. Ou de um saco de lixo. Ou mesmo dentro do próprio lixo: porque, na realidade, os puros sentimentos sobrepõem-se à própria dimensão de recipiente. De balde. De embalagem. Numa maviosa interação em que todos os objetos anteriormente apelidados de soturnos passam a caminhar suavemente no bosque da magia e dos encantos. Em cada balde uma estrela. E tenho em mim todas as embalagens do mundo.