Editorial: Documenta
Número de páginas: 248 págs. 24.0 x 17.5 cm
Fecha de edición: 01-10-2024
EAN: 9789895681631
ISBN: 978-989-568-163-1
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Ana Vidigal expõe desde o início da década de 1980. De então para cá demarcou um campo de singularidades, seja pelo discurso plástico, seja pela atitude assumida perante os materiais e os recursos de que se serve, seja ainda pela coerência que serenamente habita o seu processo criativo.
Quando começou a trabalhar e a expor foi evidente, para alguns (entre os quais me incluí), um sentido de antecipação ancorado num imaginário feminino fértil em convicções. Dizer-se de Ana Vidigal que é feminista numa época em que essa temática e problemática parecia, por assim dizer, protegida pela irradiação de uma matriz ideológica que (quase) se esgotava na discussão existencialista sobre o segundo sexo (Beauvoir) era, por isso, uma afirmação verdadeira, mas redutora. Há nesta obra uma audácia constante, multifacetada e genuína, que depressa nos conduz às questões do lugar e do estatuto da mulher na sociedade e na sexualidade. E assim à psicanálise, à tentativa de superação do recalcado, a uma recusa da sublimação. Para tentar condensar a questão relativa à mulher, e ao domínio do inconsciente, na obra de Ana Vidigal, parafraseando a célebre frase de Lacan, o interlocutor da artista não descobre o discurso do Outro, mas o discurso da Outra.