Editorial: Âncora Editora
Colección: Estudos e documentos
Número de páginas: 400 págs. 23.0 x 15.0 cm
Fecha de edición: 01-07-2025
EAN: 9789895910083
ISBN: 978-989-591-008-3
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A fotografia que ilustra a capa deste livro foi tirada num domingo de outubro de 2007, à entrada da Casa do Passal. A porta estava entreaberta. A madeira, como tudo o mais, para além de denotar a idade, demonstrava o estado de abandono a que tinha sido votada. Ainda assim, conservava alguns restos da cor que a teria ornado. Aproveitando uma ranhura, alguém ali tinha deixado um ramo de rosas. Por certo, um admirador do antigo proprietário da Casa. O cônsul de Portugal em Bordéus que, em 1940, havia trocado o conforto da carreira pelas vidas que salvara. Milhares. Tal e qual como o Cristo pregado na cruz, numa das esquinas do quintal.
Este era o lado mais luminoso da vida do cônsul. O único a bem escrever conhecido. Os raios de sol que incidiam sobre o ramo reforçavam o reconhecimento universal que tão justamente lhe era devido. Não podíamos ter achado o quadro mais inspirador. A porta entreaberta parecia convidar-nos a entrar. Mas a abertura era estreita. E, para lá dela, o escuro dissuadia a empresa. Foi
mais ou menos assim a nossa investigação. Partimos do que já todos sabiam ou, simplesmente, reproduziam sobre Aristides de Sousa Mendes. Donde, a haver alguma novidade só nos restava o que estava para trás.
Esta a principal razão de termos optado por nos centramos na sua carreira, entre 1910 e 1940, no Ministério dos Negócios Estrangeiros. Trinta anos que nos dão a conhecer um Aristides um pouco diferente. Nem melhor nem pior. Mais próximo de nós. Da nossa humanidade…