Editorial: Edições Colibri
Número de páginas: 128 págs. 22.5 x 15.5 cm
Fecha de edición: 01-08-2022
EAN: 9789895662043
ISBN: 978-989-566-204-3
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O presente trabalho pretende trazer ao conhecimento dos mais jovens as memórias de quem viveu e cresceu em Arronches numa época em que os tempos de lazer eram diminutos e os espaços de socialização eram escassos e marcados por um férreo controlo social. Falar de espaços de convívio e lazer num tempo em que as mulheres estavam circunscritas ao lar e às tarefas domésticas é falar nos espaços é falar nos espaços e momentos de convívios dos homens e dos rapazes. Tabernas, cafés e colectividades recreativas e culturais eram os espaços de convívio, fora do ambiente laboral, existentes no concelho. A taberna era, à época o principal local de socialização dos habitantes (homens) do concelho. Era na taberna, entre um copo, quantas vezes fiado, dois dedos de conversa e uma partida de cartas que se escondia o desespero pelo trabalho que faltava e a preocupação pelos salários de miséria, mas também era ali que se esgrimiam fanfarronices e orgulhos, se celebravam as pequenas vitórias e os momentos menos maus de um viver que era tudo menos fácil. Era também ali que se aguardava que os capatazes e manajeiros dos lavradores os procurassem para se integrarem nos trabalhos da lavoura. Nascido e criado numa família de barbeiros, cozinheiros e mestres artesãos, Diogo cresceu entre a escola e o trabalho, que logo após os 11 anos teve que abraçar. Por força das circunstâncias, passou a estudar no regime nocturno e começou a trabalhar com o pai, Mestre Alexandre Mendes Serra, carpinteiro de profissão mas nunca deixou de estudar. E é talvez, pelo facto de ter vivido entre estas duas realidades que pôde ser narrador e personagem do pedaço de história que nos apresenta. O autor através da identificação e caracterização dos espaços de convívio local, propõe uma viagem aos anos 60/70 do século passado e a análise das várias dimensões da comunidade. Com a descrição dos locais gastronómicos: cafés, tascas e estalagens remete-nos para a forma como estava estratificada a sociedade, com os devidos protagonistas, o camponês e o lavrador; o funcionário público e a pequena burguesia urbana.