Editorial: Chiado
Colección: Viagens na ficção
Número de páginas: 110 págs. 22.3 x 14.0 cm
Fecha de edición: 23-10-2019
EAN: 9789895268658
ISBN: 978-989-52-6865-8
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Estacionou o seu carocha amarelo afastado da casa dele e dirigiu-se a pé, como já vinha sendo hábito. Entrar no quintal era fácil, pois já percebera que a porta da rua estava sempre aberta. Era um hábito que as pessoas tinham na Madeira, deixar a porta da rua destrancada.
Entrou rapidamente, para não ser vista. A porta fez algum ruído, mas depois de estar dentro do quintal, não havia problemas, … a não ser que Fátima estivesse a espiar. Sorriu. A essa hora era pouco provável.
Dirigiu-se à porta da frente. Dali não podia ser vista. Era uma porta típica, de madeira, com duas vidraças e gradeamento. É claro que estava fechada e nenhum dos vidros estava aberto. Deu uma volta à casa. Havia várias janelas e todas pareciam estar fechadas. Os tapa-sóis eram de madeira, pintados de verde. Continuou a rondar a casa e a forçar os tapa-sóis, mas estavam todos com o trinco. Sabia que não seria difícil arrombar um dos tapa-sóis de madeira, mas não queria que ele percebesse que alguém lhe entrara em casa. Por fim, viu que uma das vidraças estava aberta. A tentar forçar um tapa-sol, seria este. Felizmente, os muros que davam para a estrada eram altos e ninguém a conseguia ver. Abriu a bolsa e tirou o canivete que, diligentemente, tinha metido na mala. Trouxera também uma faca, uma chave de fenda, arame, barbante, um atarraxador …. Ou seja, se a polícia por acaso a revistasse, era portadora de armas brancas. Meteu a navalha por baixo do tapa-sol de madeira, tentando forçar o trinco a rodar e a subir. Sentia o coração a bater mais rápido do que o costume. As mãos suavam e tremiam ligeiramente. De todas as coisas que já tinha feito na vida, aquela talvez fosse a mais arriscada. E a que podia dar cadeia…. Respirou fundo.