Matos, Ernesto
Albuquerque, Pedro Miranda
Editorial: Mythus de Er
Número de páginas: 208 págs. 18.0 x 14.5 cm
Fecha de edición: 02-09-2024
EAN: 9789893509944
ISBN: 978-989-35099-4-4
Precio (sin IVA): 21,42 €
Precio (IVA incluído): 22,28 €
A Mythus de Er aposta desta vez no Arquipélago dos Açores. Este é o primeiro livro de uma coleção de nove que pretende revelar uma certa intimidade geográfica no interior da Ilha Terceira, quer através da fotografia de Ernesto Matos, quer pela poderosa poética de Pedro Miranda Albuquerque.
Percorrendo por uma nova geografia metafísica, ora impressionista, ora iluminada, este conjunto de poemas de Pedro Miranda Albuquerque, ricamente acompanhado por extraordinárias fotografias de Ernesto Matos, revela-nos um vínculo empático que absorveu plenamente o animus terceirense através de um olhar certo e de uma poesia lúcida, clara, bela e comovente, que vem do lugar íntimo da verdade. Se o poeta é um fingidor , neste caso, porém, pelo contrário, o autor que aqui se desnuda é o poeta tal como eu o vivi, autêntico e permeável à luz e à sombra.
Em registo de "pintura com palavras", expressão de Raul Brandão presente no seu maravilhoso livro As Ilhas Desconhecidas , este Azores Tertia Insula poderia bem ser um tributo ao centenário desta obra, escrita exatamente há 100 anos e publicada em 1926, onde se descreve - para além de colher sobre todas as restantes ilhas dos Açores - a atmosfera, as cores e os perfumes que encantam o viajante que visita a Ilha Terceira.
Apontamentos poéticos, aforismos, sonetos, acompanhados por magníficas fotografias, levam-nos a um patamar diverso da formulação poética e pictórica de Brandão, porque, tal como Roland Barthes nos ensinou ( Imagem, Música, Texto , 1977) a fotografia é um texto, tão forte quanto às significações que comporta. Agora, um texto escrito que se a eletricidade pretende representá-la, mas não é do que "mensagem parasitária". Porém, o que este livro faz é outra coisa: é um discurso a quatro mãos - duas mensagens em simultâneo, que coexistem e que dialogam. Sem interferirem. Em música chama-se Polifonia.