Cabrita, António
Pacheco, Bárbara Assis
(il.)
Editorial: Guerra e Paz
Número de páginas: 120 págs. 20.0 x 16.0 cm
Fecha de edición: 01-05-2025
EAN: 9789895762453
ISBN: 978-989-576-245-3
Precio (sin IVA): 18,90 €
Precio (IVA incluído): 19,66 €
Garantia o Woody Allen: «o cérebro é o meu segundo órgão favorito». Seria uma trabalheira desmenti-lo. Facto é que o sexo não se deixa desarmar tão facilmente pela força da sublimação como D. H. Lawrence alvitrou. Mantém-se como um funâmbulo sobre o arame. E o mistério persiste, tenho a certeza de que o Fernando Pessoa, esse «raciocinador», teve a mesma reacção do que eu à primeira vez: É só isto? Levei décadas (ele resolveu sublimar) a reabilitar a sensibilidade perdida.
E fui-me tornando sucessivamente amante da Ava Gardner, da Shirley MacLaine, da Debra Winger, da Eva Mendes, de uma ou outra anónima. Porque não contá-lo? Pobres poetas os que castram em si o que poderia ter sido. Desdenham do Satélite Aristóteles a lucilar no espaço.
Fala-se disso comedidamente. O que gostava no Miller é que a «uma foda egípcia» seguiam-se cinco páginas esplendorosas sobre o Matisse. Um dos motivos por que a Alexandra Alpha do Cardoso Pires é o seu romance menos mencionado é a soltura com que nele o sexo debica, gorjeia, expande as traqueias a uma escrita sublime.
Quanto a mim, só me restava mitigar o escândalo do livro de poemas místicos que se seguirá com esta prova do meu eclectismo eclesiástico.