Editorial: Porto Editora
Colección: Elogio da sombra ; 22
Número de páginas: 88 págs. 19.8 x 16.0 cm
Fecha de edición: 01-02-2023
EAN: 9789720036414
ISBN: 978-972-0-03641-4
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Precio (IVA incluído): 22,46 €
A poesia de Aurelino Costa é braçal e tem que ver com as coisas da terra. Quero dizer, há gente, lugares, casas e bichos que nos remetem para a memória de uma sobrevivência sem máscara nem prótese. Tudo é demasiado real e a sua nostalgia apenas sublinha o quanto nos afastamos daquela que parece ser a nossa própria natureza.
Tenho sempre a sensação de estar a ler sobre longe, como se a mais genuína forma de ser já me estivesse impedida. Sinto também a nostalgia e sei que ela atribui uma mágica aos assuntos e aos poemas. Mas julgo que o poema vai crescendo tanto quanto nos encerra no seu exterior. Desabitando aquela humanidade, deixando de saber exercer tão grande esplendor humano, somos testemunhas de como fomos, mas imprestáveis para o continuar a ser.
Tudo nestes versos é de ouro. Um ouro que nos acaba. A menos que a poesia, por tão grande utopia, nos salve um dia.