Coimbra conheço-te bem

Veiga, Fátima

Quando se tem o privilégio de ter nascido em Coimbra e se ter sido batizada na Igreja de Santa Cruz e ser fruto de um casamento de um jogador da Académica de Coimbra, médico, e de uma bela mulher, muito está dito...
A Academia, e tudo o que ela representa está comigo.
Acompanhava a Mãe e a Avó ás compras na baixa circulávamos a pé e de eléctrico, tínhamos que parar na Pastelaria Central, para merendar e conversar com as amigas.
Quando saía com o meu Pai demorava um tempo infinito a chegar a casa pois havia sempre um amigo que dizia:
Oh Zé Maria a nossa Académica está a jogar melhor que o habitual...e ali ficávamos à conversa!
Havia música no ar, as toadas de Coimbra ecoavam pelas ruas, os sentimentos exacerbavam-se.
As capas negras contrastavam com o colorido das noites no Parque, junto ao mondego, em noites de concerto da Queima das Fitas!
As idas à Figueira da Foz, de comboio, para ver a garraiada eram uma alegria!
As serenatas ao luar nas escadarias da Sé Velha apilhada de gente, são inolvidáveis! a monumental procissão da padroeira da cidade -Rainha Santa Isabel, sob o tórrido calor de julho não deixa ninguém indiferente.vHá uma ternura imensa que afaga o nosso coração e nos faz ficar preso de corpo e alma a Coimbra.