Editorial: Caminho
Número de páginas: 96 págs. 21.0 x 13.8 cm
Fecha de edición: 01-06-2025
EAN: 9789722133432
ISBN: 978-972-21-3343-2
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Condor é a ave altaneira que, na mitologia andina, representa o intermediário entre o mundo celeste e o mundo dos homens. Mensageiro divino, o condor é o maior pássaro da terra e o único animal que pode olhar o sol de frente, sem cegar.
Na leitura alegórica que António Carlos Cortez aqui propõe, o condor é o próprio poema, augúrio, profecia e símbolo de um despertar pessoal e colectivo. São muitos os ecos da tradição literária que funcionam como subtextos destes vinte e sete poemas longos. Kavafy, M. S. Lourenço, Pedro Salinas, Oscar Hahn, Propércio e Yeats; Verlaine, Fernando Pessoa, Alberto Caeiro, Jorge de Sena, Sophia e Ramos Rosa; Gastão Cruz, Fiama, Octavio Paz e Karl Krauss, vozes convocadas em epígrafe ou transformadas em personagens do teatro dramático que o autor de Jaguar (2019) aqui constrói.
Dividido em quatro secções («Areia de Outono & Oito Meditações», «Saturno», «Coração do Livro» e «Condor»), nestes 27 poemas Cortez responde quer à prosa poética de Jaguar, quer à arte sonestística de Diamante (2021), experimentando agora o poema longo, o verso caudaloso, a intersecção de planos (o real e o sonho, a vida e a morte, o furor e o amor, o passado e o presente). A escrita obedece a uma dicção que oscila entre a melancolia e a "violência da ternura".