Editorial: Edições Colibri
Número de páginas: 188 págs. 23.2 x 16.0 cm
Fecha de edición: 01-04-2023
EAN: 9789895662883
ISBN: 978-989-566-288-3
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Nesta realidade, na qual as aulas de universidade e provas académicas são transmitidas em direto por canais de televisão concorrentes, movimentam-se três professores de psicopatologia.
Saint-Yves é o anfitrião de um show popular consagrado aos distúrbios raros da psicopatologia, como a síndrome de Cotard: os pacientes acreditam que estão mortos, convertidos em cadáveres andantes. Igora Tong e colegas formam a última geração do extinto instituto de parapsicologia, na qual ensinavam clarividência, telepatia e afins. Aceita colaborar com Saint-Yves no estudo de uma paciente, que se serve da levitação como veículo para atingir a bilocalização (ver-se em dois lados simultaneamente). Mas a paciente é assassinada e Saint-Yves, instituído suspeito, procura denunciar o verdadeiro assassino, um artista plástico argentino. Conta com a cumplicidade de Igora, por sua vez acusada de tentativa de homicídio de Zel Toulec.
Toulec é especialista de discinesias ou movimentos incontroláveis, e tem vindo a observar um caso raro de gestos discinéticos, que conta apresentar no concurso para professor associado. Para surpresa dos examinadores, afirma depois que o paciente é um transmissor de uma linguagem gestual pré-hispânica dos Andes argentinos. O júri pede-lhe mais provas da existência desses presumíveis transmissores.
Em shows televisivos, hospitais, aviões, sessões de parapsicologia, espaços de tortura, interrogatórios e perseguições policiais, os três envolvem-se em conflitos e crimes, nesta comédia thriller de perdedores onde a racionalidade tropeça na transcendência e na derisão. Na parte final, Toulec viaja para o noroeste argentino, encontra xamãs, mas não transmissores, e perde-se na aridez colorida das montanhas andinas. Saint-Yves persegue em Buenos Aires o presumível assassino, e perde-se nas incógnitas do cemitério da Recoleta e do tango queer. Igora procura Saint-Yves em Buenos Aires, deixa-se envolver numa experiência de autoscopia (Out-of- the-Body Experience), e perde-se no outro lado do espelho do dispositivo bi- localizador.