Fernandes, Luís (1961- )
Carvalho, Helder de
(il.)
Editorial: Editora Exclamação
Número de páginas: 131 págs. 21.0 x 14.2 cm
Fecha de edición: 01-08-2024
EAN: 9789899214064
ISBN: 978-989-9214-06-4
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Os animais de grandes dentes são especialmente importantes para a biodiversidade. O caso flagrante é o do elefante, que tem uns dentes que não lhe cabem na boca, uma tromba que não lhe cabe no nariz e umas orelhas que não lhe cabem na cabeça. Com tais excessos, acabou por faltar material para a cauda. O castor e o pernalonga são importantes dentuços.
Mas concentremos a atenção no esquilo, dado que é um caso raro de dissimulação dentária: não lhe vemos os dentes, mas perfura madeira com a facilidade do parafuso. Além disso, é o único ser vivo a quem deu Deus as nozes porque tinha dentes. O esquilo tem sido vítima de abuso: explorado intensivamente pelas histórias infantis devido ao seu aspeto patusco, posto a ridículo pela Disney através dos lamentáveis Tico e Teco, é no entanto introvertido e detesta banda desenhada. Devemos dar sempre de comer ao esquilo. Esquilo que não come fica esquálido. Mas há que calibrar com precisão a quantidade: se 100 gramas é aceitável, já um quilo é muito para o esquilo. Um esquilo emagrecido fica todo pelo e osso - um esquileto. Especialmente adaptado às regiões das grandes neves, esquia o esquilo com a mesma facilidade com que come avelãs, denotando um excecional esquilíbrio. Dotado de grande resistência, movimenta-se por um território arborícola de dezenas de esquilómetros quadrados. Quando retirado deste seu habitat adoece mentalmente e fica esquilofrénico. Não devemos, por isso, levar os esquilos para casa, até porque não servem para nada.