Diárias de um Condenado à Vida

Teixeira, Miguel

Se espera aqui encontrar histórias de amores felizes e pessoas perfeitas pode sair agora. Aqui não vai encontrar o certo ou o errado, uma escrita leve e politicamente correta, longe do que arrepia ou do que faz pensar. Diárias de um Condenado à Vida é o grito, outrora amordaçado, a desfazer a timidez do autor, é esta prisão sem grades que guia os seus passos como um farol no meio da escuridão, é este gosto, por vezes agridoce, que o vicia, ao qual a escrita o condenou e ao que se submete de livre vontade.
Esta é a elegia a quem aprende a andar depois de tantas quedas, ao pássaro que, caído do ninho, insiste em voar, daquele a quem as feridas não fizeram desistir. É a homenagem de Miguel Ângelo Teixeira a quem troca a eternidade insípida por breves momentos perfumados e com sabor, a quem sabe que não há amores fáceis nem sonhos impossíveis de realizar, a quem tem a coragem - mesmo na tempestade - de abrir a janela e viver além da simples e segura existência, é a vida a que se prende qual caçador de borboletas de rede na mão, atrás de arco-íris que ninguém vê, mas que o coração não deixa de sentir.