Editorial: Novembro
Número de páginas: 268 págs. 23.0 x 15.0 cm
Fecha de edición: 17-12-2022
EAN: 9789895385089
ISBN: 978-989-53850-8-9
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Preso nos tentáculos de uma sociedade opressora, que asfixia, norteia e sentencia, vergastado por um niilismo passivo, Heitor Duarte é a Humanidade, todos nós, submissos, reduzidos ao tédio e à angústia existencial, embebidos de uma consciência áspera da fugacidade do tempo.
Um tempo que separa as irrecuperáveis vivências douradas dos verdes anos, do lado de lá - preciosas migalhas ofertadas pela memória - das incolores, do lado de cá - à exceção do seu sol, a filha que tanto ama - passadas, agora, no Norte do país, num frio outono-inverno da segunda década do século XXI.
Um álgido negrume exterior como metáfora do interior, que mais não é do que uma clara alusão ao desencanto visceral que enregela as entranhas e as horas, e catapulta o protagonista a uma inércia cruciante de condenado a seguir as regras sociais e morais que lhe tolhem a liberdade. Vale-lhe nunca perder a vontade e a fé no Amor, o sentimento que ergue como um facho na escuridão dos dias e das noites, e que o eleva e o leva à perdição, numa fatal ambivalência camoniana.
Uma deliciosa novela, uma orquestra literária de lemas de vida, motes de nomes incontornáveis do panorama nacional que o autor dirige e faz seus, sob uma batuta orgulhosa e incontrolavelmente pessoana, de forma fatalmente romântica, que reproduz o queixume do homem preso a um casamento imposto, que fala a linguagem de um silêncio consentido e castrador, que se adentra e adensa no arrastar dos dias, numa vida que se esfuma sob o peso das convenções...
Luís Ochoa reserva para si o direito de inquietar o leitor, de o levar a rever-se por dentro, a conhecer-se, a criar defesas, sacudindo velhos preconceitos empoeirados.
Duvido se terá noção da impactante pérola narrativa que nos lega, uma lufada de ar fresco literário que muito vai dar que falar...