Editorial: Icone Editora
Número de páginas: 168 págs.
Fecha de edición: 01-02-2025
EAN: 9786586179354
ISBN: 978-65-86179-35-4
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Como ressaltado por Paulo Freire, a educação é transformadora. Assim sendo, ela não pode ser neutra, já que esta transformação implica em mudanças. A neutralidade é uma maneira cômoda, hipócrita, com o intuito de esconder uma opção ou até mesmo medo de acusar a injustiça. É o mesmo que lavar as mãos em face da opressão, reforçando assim o poder do opressor. As falas acima são corroboradas por Desmond Tutu quando elucida que “não há lugar para neutralidade”. Segundo Tutu, “quando você se diz neutro em relação a uma situação de injustiça e de opressão, automaticamente você está apoiando o status quo injusto”.
A neutralidade implica na anulação do sujeito, ou seja, a educação não surtirá nenhum efeito no indivíduo, isto é, ele continuará sendo um ser objeto, manipulado por um sistema excludente e elitista. Paulo Freire deixa claro que a neutralidade da educação é uma visão ingênua. Sendo assim, em sua obra Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa, publicada pela Paz & Terra em 1999, ele elucida que “um professor só será professor, quando puder perceber a sua não neutralidade, já que a própria prática docente exige do professor uma definição, uma tomada de decisão, uma ruptura e escolhas entre isso e aquilo”. As falas acima são corroboradas no livro de minha autoria, Educação: um ato político, publicado pela editora Autografia, em 2019, no qual eu pontuo que “a educação nunca é neutra, já que ela é uma ação voluntária”. Dito isso, falar em neutralidade na educação é um mito, uma falácia na qual os manipuladores elitistas discursam para que a educação seja uma ação estéril, aumentando, em concomitância, a massa de manobra.