Ferreira, Maria João da Silva Mendes
Editorial: Chiado
Colección: Compendium
Número de páginas: 186 págs.
Fecha de edición: 01-11-2017
EAN: 9789895209422
ISBN: 978-989-52-0942-2
Precio (sin IVA): 16,10 €
Precio (IVA incluído): 16,74 €
Numa situação de guerra parece não ser útil avaliar até que ponto em Angola, Educação e Desenvolvimento se relacionam. Por isso nos questionámos se, perante a desarticulação das estruturas sociais e o abandono a que o estado votou a população que não pertencia às elites políticas, militares e económicas será que as famílias não reagiram quando as desilusões em relação à proteção que esperavam do estado se acumulavam? E no caso de reagirem, que valores recuperaram? Como é que uma população silenciada pelo poder de um estado/partido reage e sobrevive sem recursos, perante um estado com recursos quase inesgotáveis? Será que a população se agarra às suas tradições ou adota os novos valores associados a uma urbanização acelerada? Para perceber o que se passa em Angola em termos de transições, foi importante começar por conhecer qual a realidade educacional em Angola em termos formais, isto é, conhecer a quantidade e a qualidade do ensino que o estado garante e a quem. Foi a constatação da insuficiência a todos os níveis, do ensino garantido aos diferentes estratos sociais, que permitiu descobrir as alternativas, como foram criadas as pressões que os diferentes grupos sociais exercem sobre o sistema, para conseguirem os seus objetivos, num contexto de transição. Por outro lado, também se tentou saber se, independentemente das estratégias utilizadas nas áreas mais urbanas, a população rural se preocupava com as questões da educação e como se relacionava, quer com esta questão, quer com as autoridades que, mesmo a níveis mínimos, têm a responsabilidade de responder às necessidades da população. Pretendia-se igualmente saber se, de facto, para além dos discursos, dos indicadores económicos, das privatizações a favor da classe-estado, de um multipartidarismo formal, Angola viveria, de facto, numa situação de transição, capaz de se refletir num setor social, sempre muito marginalizado pelos estados, quando a situação político-social entra em desequilíbrio.