Coroado, João
(ed.)
Duarte, Marco Daniel
(ed.)
Editorial: Santuário de Fátima
Número de páginas: 171 págs. 28.6 x 24.4 cm
Fecha de edición: 03-04-2017
Precio (sin IVA): 23,00 €
Precio (IVA incluído): 23,92 €
Como todos os fenómenos que aproximam o ser humano e o sagrado, Fátima é lugar de arte, lugar de património material e imaterial e de cenário estético dos seus peregrinos, afirmando-se como "topos" de interesse para os que intelectualmente se relacionam com as ciências da arte, do património e da museologia.
A escultura de Nossa Senhora de Fátima, da autoria de José Ferreira Thedim (1892-1971), foi criada em 1920 para veneração na Capelinha das Aparições, e é uma peça de vulto redondo, com 1037 mm de altura, talhada em madeira de cedro do Brasil, com aplicação de policromia, douramento e carnação pela Casa Teixeira Fânzeres, de Braga. Esta Imagem é um dos mais importantes símbolos do catolicismo, atraindo ao Santuário de Fátima milhões de peregrinos por ano, entre eles os mais importantes dignitários da Igreja, como é o caso dos Papas.
Esta imagem foi ofertada por um devoto de Torres Novas, Gilberto Fernandes dos Santos, e benzida na Igreja Paroquial de Fátima a 13 de maio de 1920. Posteriormente foi entronizada na Capelinha das Aparições, a 13 de junho de 1920. A 13 de maio de 1946 foi solenemente coroada pelo Legado Pontifício, Cardeal Masela, com a coroa oferecida pelas mulheres portuguesas em 1942, na qual, em 1989, foi incrustada a bala que atingiu o Papa João Paulo II, no atentado de que foi vítima a 13 de maio de 1981.
Entendendo a importância de um intercâmbio cultural, científico e pedagógico entre o Santuário de Fátima e o Instituto Politécnico de Tomar, nomeadamente do seu Laboratório de Conservação e Restauro, e considerando o interesse mútuo em estabelecer uma parceria institucional entre ambas as entidades, foi assinado um protocolo de cooperação, que visava o estudo desta imagem.
O estudo desenvolvido pretendeu proceder a uma análise rigorosa dos materiais e do estado de conservação da Escultura de Nossa Senhora de Fátima, venerada na Capelinha das Aparições, para posteriormente serem objeto de uma publicação científica da responsabilidade do Museu do Santuário de Fátima e do Laboratório de Conservação e Restauro do Instituto Politécnico de Tomar.
Este estudo realizado em junho de 2013, e apresentado em outubro de 2015, permitiu saber que a escultura é «ricamente decorada com ouro de 22 quilates e com incrustações de diamantes e outras gemas», explicou o Pe. Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima em conferência de imprensa.
A investigação permitiu ainda conhecer «pequenos danos no revestimento polícromo, como estalados, fissuras, desgastes e destacamentos pontuais da camada estratigráfica», danos esses que «resultam essencialmente do manuseamento e deslocação da Imagem em contexto litúrgico, assim como das condições ambientais, de temperatura e de humidade relativa, a que está diariamente sujeita».
Para além de um maior conhecimento sobre a Imagem, o estudo permitiu estabelecer algumas recomendações com vista a reduzir o impacto dos fatores de risco.