• Eu, Padre, me confesso...
Eu, Padre, me confesso...
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Eu, Padre, me confesso...

Dias, Teixeira

Editorial: Letras Lavadas

Número de páginas: 136 págs.  

Fecha de edición: 01-01-2022

EAN: 9789897353932

ISBN: 978-989-735-393-2

Precio (sin IVA): 13,80 €

Precio (IVA incluído): 14,35 €

Hoje, não tenho alternativa. A festa do cinquentenário da minha ordenação sacerdotal obriga-me a pedir aos leitores que tenham a paciência de me ouvir, ou de me ler, em confissão... Ora, lá de vez em quando, perguntam-me se, ao longo da vida, nunca me arrependi de ter ido para padre. Costumo responder: sim, há momentos em que duvido se terei tomado a decisão acertada, como outros há em que dou graças a Deus por ter feito essa escolha. A verdade é que, para mim, essa já nem é uma questão. Muito menos, um drama. Aprendi e habituei-me a viver psicologicamente entalado entre a satisfação de exercer o ministério e a sensação de perda do que poderia ter sido e vivido se não tivesse sido padre. E essa tensão, por vezes desconfortável e inquietante, sinto-a sobretudo perante duas realidades bem distintas:Por um lado, quando constato que os maiores obstáculos com que deparo no trabalho pastoral vêm não do povo ou da comunidade mas da própria instituição, a Igreja Católica, sua hierarquia, algumas das suas leis e, pior, de alguns dos seus pecados, que os tem, e grandes, como se sabe. Nos anos mais recentes, tem-me valido de consolo o Papa Francisco, os seus gestos admiráveis e as suas posições corajosas.Por outro lado, a dúvida ocorre-me quando tenho oportunidade de conhecer mais de perto casais jovens, com dois ou três filhos, que, logo se vê, constituem famílias unidas e felizes; ou, então, quando vejo na rua crianças, a caminho da escola, de mãos dadas com os avós. Aí, invade-me um sentimento algo indefinido, semelhante a nostalgia, uma espécie de boa inveja, que me põe introspetivo, a falar comigo mesmo: “Estás a ver o que perdeste? Renunciaste ao direito humano, natural, de viver com uma companheira, de constituir família, de ser pai, de ser avô... Achas que valeu a pena?”Uma pergunta que fica sempre sem resposta conclusiva, porque, dependendo do estado de espírito e das fases da vida, umas vezes respondo que sim, outras que não. Para paz e sossego da minha consciência, tem predominado o “sim”, nestas últimas semanas, pois vejo-me rodeado da simpatia e amizade de tanta gente que me saúda por ir celebrar 50 anos de padre. E até, aos meus olhos, as pessoas parecem “conspirar” umas com as outras para me surpreenderem com a festa do próximo domingo.Muito obrigado a todos!

 

Características

Idioma:
Portugués
País de edición:
Portugal
Encuadernación:
Rústica
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