Editorial: Edições Colibri
Número de páginas: 324 págs. 24.0 cm
Fecha de edición: 30-11-2012
EAN: 9789896892937
ISBN: 978-989-689-293-7
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Quem hoje, em 2012, tenha menos de 50 anos, terá muita dificuldade em imaginar como era o Zoio: uma pequena aldeia na Serra de Nogueira, no concelho de Bragança, e como era viver no Zoio, na década de 50 do século passado! Não apenas a aldeia em si, mas a vida sofrida que se vivia, que era quase completamente condicionada pelos árduos trabalhos que uma agricultura de subsistência exigia e pelo atraso, isolamento e esquecimento a que Trás-os-Montes esteve (e ainda está) votado. Então, se fosse inverno, o esforço de imaginação teria que ser bem maior! Parece que chovia durante dias sem fim, caíam frequentes nevadas e grandes nevões, que transformavam as ruas em autênticos lodaçais durante meses, por onde, apesar disso, era preciso caminhar. Um cenário lúgubre, atrasado, medieval, proporcionando condições de vida diria quase desumanas, a exigirem uma resignação e um espírito de sacrifício que, hoje, dificilmente, somos capazes de conceber, quanto mais de suportar. A quase totalidade das casas de habitação não tinha condições mínimas de habitabilidade: quase todas cobertas apenas de telha vã (não eram forradas), com poucos cómodos e escassa mobília, sem electricidade (chegou no dia de Consoada de 1977), nem água canalizada, nem casas de banho, claro. Pode parecer por este preâmbulo que a vida era miserável. Não, longe disso. As condições de vida, comparadas com as de agora, é que eram miseráveis. Mas parece que a gente vivia, atrevo-me a dizer, feliz e contente: conversava-se muito, cantava-se muito, assobiava-se muito, ria-se muito, brincava-se muito (miúdos e graúdos), dançava-se muito, práticas que hoje também já se foram. E era-se muito solidário.