Teixeira, José Rui
Guerrero, Tomás
(il.)
Editorial: Officium Lectionis
Número de páginas: 176 págs. 21.0 x 16.0 cm
Fecha de edición: 01-07-2024
EAN: 9789893564486
ISBN: 978-989-35644-8-6
Precio (sin IVA): 22,70 €
Precio (IVA incluído): 23,61 €
O Japão de Valter Hugo Mãe não se explicita. E? um organismo implícito, que converte o espaço e o tempo numa paisagem que – como um cenário do teatro no ou uma estampa [ukiyo-e] – se expressa na intimidade que se estabelece entre a representação e a significação, pela reiteração poética.
O Japão de Valter Hugo Mãe não supõe quaisquer preocupações epistemológicas no âmbito da antropologia cultural, nem se deixa constranger pelas limitações inerentes a quaisquer processos de inteligibilidade exógena ou endógena. O seu exotismo emana de um imaginário compósito que não se exaure em idealizações japonistas.
Em Homens imprudentemente poéticos, Valter Hugo Mãe – como os antigos katari-be [recitadores] – inventa as palavras-paisagem de uma semântica ritual com a consciência de que podem as palavras inventar pequenas histórias, mas só as grandes histórias inventam palavras.
Homens imprudentemente poéticos e? uma intensa paisagem-récita do Japão: uma paisagem-récita telúrica e mítica, como na voz dos antigos katari-be, porque quem recita não só narra e declama; quem recita reitera e só o que e? reiterado resiste.
O Japão de Valter Hugo Mãe não e? fora nem dentro do Japão. Nos rudimentos de uma antropologia da reiteração poética, a inteligibilidade de uma cultura e? um âmago coabitado: não uma utopia, mas um reduto que resiste pela reiteração poética do humano.