Editorial: Chiado
Colección: Ecos da história
Número de páginas: 367 págs.
Fecha de edición: 02-05-2016
EAN: 9789895175239
ISBN: 978-989-51-7523-9
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Ilustríssimo senhor – termina o século no meio de um apocalipse social; no meio de farrapos de declamações; farrapos luzentes de teorias; farrapos trágicos de esfomeados...
Há 19 séculos que dura a civilização cristã; e ela caminha, pavorosamente, a passos agigantados, para um enlaivecimento ainda maior que o enlaivecimento romano. Acaso a dinastia dos banqueiros contemporâneos é mais honesta que a dinastias dos Césares e Augustos? Não é. A lama do Panamá, de Dreyfus, de Hooley, vale bem os mistérios da casa de ouro de Nero. Em que se diferem as demências ornamentais dos banqueiros contemporâneos das demências dos antigos Césares em não se permitirem acaso o luxo do circo, e dos mártires às feras? Isso mesmo eles têm: o circo é a bolsa, os mártires são os povos, eles são as feras.
Todo o mundo contemporâneo caminha hoje às cegas, às tontas, como um morcego doido de sol, para um abismo – que é a bancarrota moral. A bancarrota dos estados dessorados e moribundos, segundo a frase ciprestal de Chamberlain, é apenas uma consequência da primeira. Quem é dissoluto, perdulário, amigo dos metais, dos deboches, dos pelotiqueiros, dos ribaldos e palhaços, não pode ser uma consciência alada. As civilizações decadentes terminam sempre pelo amor do metal e da bestialidade humana.