Editorial: Editora Ómega
Número de páginas: 146 págs. 22.8 x 15.2 cm
Fecha de edición: 01-11-2017
EAN: 9789898720641
ISBN: 978-989-8720-64-1
Precio (sin IVA): 15,85 €
Precio (IVA incluído): 16,48 €
Há sempre um mote extasiante a transbordar na poesia de Ochoa: tarde vespertina vincada pelo sol das palavras; transgressões inesperadas do termo, reensaiadas mil vezes em novos conceitos. A transgressão..., sinta-a o recetor e relacione-a aos pré-conceitos. Junte a isso um quinhão de conotações e descubra os sentidos implícitos; estabeleça um affair com a palavra dita, acolhendo-a com a sensibilidade que tiver. Após, deixe agir a estética de Ochoa, permitindo-lhe novas afinidades. Envolva-se, exponha-se ao phatos e articule-o a toda a poemática do poeta maior - poemar é flexionar ideias e nadar a braçadas de exagero na sua subjetividade.
Seu texto é uno, coerente, tem-se o resultado da articulação de todos os aspetos expressos no poema: plano do ser e parecer que evoca o estranhamento necessário ao recetor, para que o poema se dobre à poesia injetada na fábula. Um dilúvio de interrogações que se misturam à perpétua noite do poeta e da poesia que encanta pelo desencanto. Articulado, coerente como uma vida em que se recolhem as marés para voltarem no dia seguinte mais vigorosas. É a palavra epifânica a provocar o ledor.
Nunca são iguais as marés de um poeta; a de Luís Ochoa perpassa a angustiante busca pelo caminho de volta, em dias de tempestades, porque metade do eu deixa-se ficar, a outra metade parte à procura da liberdade que o homem-poeta almeja, até voltar às ondas suaves. Assim, se o mundo inteiro o estranha, compreende-o na estranheza.
A poesia de Luís Ochoa transitando por aqui, com sotaque de sensualidades a seduzir pelo ritmo, imagens e motes. Ao vasculhar seus caminhos entrega-se à confissão do eu-sem medo, ao revelar os pensamentos mais íntimos e ao confiar na receção do leitor; que assimile seu mundo revelador, que se reserve o direito de entrar em seus poemas para estranhá-los e estranhar-se! Luís Ochoa se faz canção dorida, nos cantares de more, nas agruras, prazeres e solidões. Seu livro é ventre existencial, é o espanto diante da práxias do existir. Nele, transforma a vivência em liberdade, fazendo do seu paradoxo a sua prática de fazer versos.