Editorial: Chiado
Colección: Viagens na ficção
Número de páginas: 320 págs.
Fecha de edición: 08-09-2014
EAN: 9789895120536
ISBN: 978-989-51-2053-6
Precio (sin IVA): 11,30 €
Precio (IVA incluído): 11,75 €
Uma sacudida no espírito
Por ter n elementos de outras vidas flutuando nas entrelinhas da história, o romance “Luzes” transcrevendo os personagens da tragédia shakespereana de Tulipa e Jacob, que persistiu através das gerações e permanece atávica e palpável entre aqueles que vieram depois. De algum modo, conta a passagem, os fantasmas, genéticos, ideológicos ou simples frutos da demência que toma conta deste mundo tão afetado por desequilíbrios e dependências – químicas ou não – sempre assombram os vivos – Marx dizia de outra forma: digamos materialista, em partes identificadas aos conceitos, em outras entre apólogos evidenciando interferências do subconsciente, a sua maneira a narrativa mexe no fundo do baú mental e espiritual para refletirmos se pelo tempo em algum momento já não tivemos um incômodo déjà-vu – ou seja: a impressão de que nos lembramos daquilo que nunca vimos ou achar algo onde não havíamos deixado. A história comovente de Tulipa, Jacob e quem mais vieram no andar da carruagem das gerações e da história, foi escrito de forma nervosa e trepidante. O leitor só vai saber os motivos de a narrativa ser tão tensa e angustiada no final – e resultou num livro que será lido de duas maneiras que entendo simultâneas, ou holísticas, ou sinérgicas, cada qual escolha a impressão que tiver.
Uma dessas leituras força a parar para pensar enquanto segue. A outra exige chegar rapidamente ao final, pois há uma indicação muito clara de que os erros que os personagens cometem já estão expiados em sua própria reflexão... isso cria uma tensão entre a “filosofia” da narrativa e a realidade do tempo em que as ações acontecem. A verdade é que no seu desenvolver ao chegar ao final dessa obra o leitor ficará entregue a uma “terceira parte” dela, que será voltar ao velho Shakespeare e a cogitar se – meu caro Horá- cio: há ou não há, seja o que for... mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia.