Editorial: Estação da Imagem
Número de páginas: 80 págs. 23.0 x 17.0 cm
Fecha de edición: 02-04-2018
EAN: 9789899733893
ISBN: 978-989-97338-9-3
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(...) É um trabalho, não será de mais repeti-lo, feito de gente de uma ponta a outra, mesmo que as pessoas não apareçam. Tudo é gente. Se um barco de regresso atrai gaivotas é porque homens o encheram de peixe, se as próprias artes da pesca - a cordoalha, as redes, os covos, os anzóis enfileirados em linhas - são fotogénicas, tal devem a quem as criou, fabricou, manuseia. o que aqui temos é a crónica dessa gente, a memória viva e apelativa de pessoas que se sacrificam por um negócio em que o grande lucro cabe a outros, mas que não sabem viver de outro modo que não este, galgando a rebentação para colocar redes e armadilhas.
São estes os heróis do Mar Minhoto, não os que partem meses para a pesca longínqua, mas os que, em barcos modestos e parcamente tripulados, não se afastam da costa mais que duas ou três milhas. Tanto pode o mar ser cão nos Grandes Bancos da Terra Nova como ao largo de Viana, de Caminha, de Âncora ou da foz do Neiva.
Sempre será temido e amado pelos que nele e com ele se fazem.
Este é, pois, o retrato humanizado de uma parcela atlântica que nos dá robalos, congros, badejos, fanecas, gorazes, negrões, sapateiras, navalheiras, lavagantes, polvos.
Vê-los no prato, lembrando os homens e as mulheres que o tornam possível, muda tudo. o sabor das iguarias é acentuado por um tempero que não se compra: o respeito.