Nunca atires a toalha ao chão

Limpinho, Vanda Silva

Todos nós damos a vida como algo garantido até ao dia que recebemos a notícia que ninguém quer ouvir. Neste dia, é inevitável sentirmos que a vida nos está a fugir por entre os dedos. Depois de muita luta, eu sobrevivi... e continuo a sobreviver um dia após o outro. A doença passou a ser a minha sombra e vai estar para sempre colada a mim. Mas aprendi a deixar de lhe dar tanta importância. Porque se eu deixar, ela alimenta-se das minhas energias, tira-me a alegria de viver e faz-me deixar de sonhar.
Neste livro vão conhecer um pouco da minha alma, vão perceber os meus medos, as minhas dores, as minhas incertezas. Mas vão também perceber que o aceitar da doença é meio caminho andado para as coisas correrem bem. A força vem de dentro, de uma forma que nunca imaginamos ser possível até estarmos verdadeiramente à beira do abismo. É lutar ou morrer.
O objetivo deste testemunho é mostrar a todos os que estejam a passar pelo mesmo que afinal não estão sozinhos. Cria-se à nossa volta uma rede de amor, seja de familiares, amigos, conhecidos ou profissionais de saúde. Todos estão lá para nos apoiar e é a eles que nos agarramos nas horas difíceis.
Estas palavras são um desabafo, para que o leitor se sinta motivado a olhar sempre em frente e nunca para trás. Porque amanhã, será sempre um dia melhor que hoje. Foi este mantra que me acompanhou sempre e foi o guia que me conduziu até ao fim desta luta.