O conflito sobre as escolas

participação versus hierarquização

Esteves, Pedro de Carvalho

No final dos anos 70, quando comecei a leccionar, as escolas estavam confrontadas com os problemas do seu crescimento. Muitos jovens, de diversas origens, que alguns anos antes apenas frequentavam os estudos iniciais, tinham agora a vontade, ou a obrigação, de os perlongar. E as escolas, velhas e novas, iam-nos acolhendo. Sem que lhes fosse pedido, alguns professores e grupos de professores envolviam se fortemente neste acolhimento; experimentavam pedagogias que pensavam ser adequados aos novos e variantes interesses dos jovens; e ensaiavam formas de trabalhar que pudessem abranger todos os seus alunos. Eram uma minoria, mas tinha uma grande influência na vida e na organização das suas escolas. E como não receavam as fronteiras, envolviam se em projectos destinados aos alunos e organizavam encontros onde abordávamos saberes e os valores da sua profissão. Sentiam se parte de um movimento que transformava a educação. Mas a partir de meados dos anos 90, as condições em que este professore trabalhavam começaram a mudar...