O crime da poça das feiticeiras

Alves, Paulo Bruno

Na Primavera de 2007, Gabriel Malafaia, inspector da Polícia Judiciária na Directoria do Porto, recebe, em herança, uma caixa do avô, recentemente falecido. Essa caixa contém documentos e livros sobre um caso real, um crime que abalou a alta sociedade viseense, dos anos vinte do século passado. Na manhã de 17 de Julho de 1925, Viseu acordou com a notícia que João Alves Trindade, um homem abastado, conhecido por Africanista, tinha sido encontrado morto, a boiar, na Poça das Feiticeiras, junto à Quinta de São Caetano, uma das suas propriedades. Desde logo, e sem que uma efectiva investigação policial e pericial fosse realizada, a filha deste e o marido foram considerados culpados pelo crime, e levados para a prisão da cidade. Ambos foram julgados em 1927, pelo Tribunal da Comarca de Viseu, e condenados a vinte e cinco anos de pena de prisão efectiva. Tal aconteceu, após várias audiências que colocaram, frente-a-frente, duas teses: uma que defendia a culpabilidade dos arguidos e uma outra, defendendo que tinha sido orquestrada uma cabala para se apoderarem da fortuna do Africanista.