O Longo Voo da Fenghuang

Garcia, Paulo Bicho

Na companhia do extraordinário ser que narra a sua extensa e épica viagem, o leitor será levado a atravessar quatro continentes e mais de sete séculos, do Império Mongol à Lis­boa atual, presenciando, pelo caminho, eventos históricos marcantes. Do século XIII ao século XXI. De Pequim a Veneza, de Sanlúcar de Barrameda ao Rio de Janeiro, de Sevilha a Viena, de Munique a Paris, de Savona a Lisboa...
Contemporâneo de mulheres e homens de todas as idades, estratos sociais e crenças, habitando palácios e palhotas, um vaso fabricado na China em 1281 torna-se íntimo da realeza e de aventureiros, de cientistas e de artistas, de negociantes e de religiosos, de gente com falta ou com excesso de ambição. Vendo nascer e crescer em si uma tal humanidade que a sua própria natureza acaba por se lhe tornar estranha, descobre também, nesse processo metamórfico, o amor.
Difícil de classificar, talvez por estar no cruzamento do romance histórico com a narra­tiva de uma longa aventura, esta obra oferece ao leitor a particularidade notável de ter como narrador principal um vaso. É verdade: um vaso! Fabricado nos tempos da dinastia Yuan e de uma beleza e perfeição inquestionáveis -- não pare­cesse, aliás, a portentosa fenghuang azul que ostenta no bojo desenhada pelos próprios deuses