Editorial: Abysmo
Número de páginas: 40 págs.
Fecha de edición: 01-01-2018
EAN: 9789898688682
ISBN: 978-989-8688-68-2
Precio (sin IVA): 10,35 €
Precio (IVA incluído): 10,76 €
Acusado do crime de adultério, Camilo Castelo Branco esteve preso na cadeia da Relação do Porto entre 1 de outubro de 1860 e 16 de outubro de 1861: durante 383 noites, como declara nas Memórias do Cárcere. Numa outra cela encontrava-se Ana Plácido.
O processo questiona a justeza da criminalização do amor, mesmo quando leva à perdição dos amantes, mas a sociedade da época manifesta apoio maioritário ao marido traído. nas cartas desesperadas que escreve na prisão o escritor exprime poucas dúvidas sobre a condenação final.
Para espanto do povo da Invicta, o rei D. Pedro V visita Camilo na prisão, por duas vezes. Jovem, romântico e gentil, este rei amado pelo seu povo morre cedo, como todos os que os deuses amam. Talvez a sua presença tenha sido decisiva para a forma como passou a ser encarado o processo de escritor. Na fase final da reclusão, para grande escândalo da cidade conservadora, Camilo, o adúltero, saía para jantar e para ir às compras.
Realizado o julgamento, o escritor surpreende-se com a absolvição. Não tinha preparado a mudança de residência, como conta Aquilino Ribeiro. Além disso, e como era habitual, estava falho de recursos. em carta ao visconde de Ouguela, refere: «Já sabes que eu, quando estive preso, por fim não me dava mal com o conforto do quarto, e fui intimado para sair pelo procurador régio».