Editorial: Universidade de Coimbra
Número de páginas: 506 págs. 25.0 cm
Fecha de edición: 01-03-2016
EAN: 9789892611488
ISBN: 978-989-26-1148-8
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Amplamente reconhecido como um importante problema de saúde pública, associado a sofrimento individual e interpessoal, a somatização continua a ser um problema não resolvido pela medicina. Talvez porque teime em habitar nas suas margens e desafie soluções que a medicina não possui, entre outras razões plausíveis. É uma região clínica largamente ignorada, na presunção fatalista de que os doentes, que “não estão doentes”, devem conviver tranquilos com o padrão sintomático que os caracteriza. Daí que a somatização constitua uma repetida fonte de insatisfação para o doente e uma experiência frustrante para o médico, dadas as dificuldades que caracterizam a relação entre ambos e a ineficácia habitual das intervenções terapêuticas. O silêncio tácito da somatização na prática clínica é todos os dias rompido por este ruído descontente, nos Cuidados Primários e no Hospital Geral. É um silêncio sobretudo alimentado por uma orientação médica demasiado convencional, proferindo que os doentes “não têm nada”. Ora, uma das principais assunções deste livro pode resumir-se à ideia de que os doentes têm motivos compreensivos e legítimos, em contextos biográficos, sociais e culturais muitas vezes alheios à avaliação clínica tradicional, para recorrerem à metáfora somática.