Editorial: Esfera do Caos
Colección: Fábrica de autores ; 1
Número de páginas: 76 págs. 22.0 x 15.0 cm
Fecha de edición: 01-03-2013
EAN: 9789896800840
ISBN: 978-989-680-084-0
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Precio (IVA incluído): 14,56 €
Forjada à luz de um inquietado olhar interior, esta obra revela as preocupações de um jovem poeta a viver no Portugal de hoje: a desconfiança acerca do futuro, a precariedade dos empregos, a armadilha da incerteza, enfim, a sedução do incontornável pessimismo que flui naturalmente da desventura quotidiana. Com efeito, o futuro, para este autor de 28 anos, já tem um letreiro a dizer proibido. Donde, o leitor não encontrará aqui esperança – sendo certo que isso não é motivo de preocupação.
Ao mesmo tempo, esta obra ilustra a derradeira convicção do poeta de que o eterno crisol da poesia é preservar o espanto pela outra experiência, resgatar o mistério adormecido da vida que ocorre entre as frechas do obliterante bulício diário, lembrar o ser humano do que o separa do musgo na pedra sem o fazer esquecer da essencialidade e contiguidade desse musgo.
Inspirando-se num eclipse que passou sobre a sua alma e em emudecido desespero, o autor, neste seu primeiro livro, transfigura, com as máscaras do humor e da contestação irónica, um mundo cujos limites se lhe apertam à volta como um laço de forca.
Estas páginas oferecem-nos uma escrita que não é mais que uma voragem de tudo o que o fascina: família, arte, poesia, pintura, memória – porque diariamente o vão salvando –, e o fracasso do futuro e da ética, da sociedade, da história e da política – porque um autor não consegue escapar ao seu tempo, apenas o pode enganar por algum tempo, ou enganar-se a si próprio.