Editorial: Caleidoscópio
Número de páginas: 176 págs. 23.0 x 16.0 cm
Fecha de edición: 06-01-2020
EAN: 9789896586034
ISBN: 978-989-658-603-4
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A escassez de produção ensaística no domínio da teoria de arte, no horizonte nacional, é manifesta. Por isso creio que este ensaio pode constituir um sinal oposto pela significativa reflexão que realiza sobre o recurso à obsolescência dos media por parte de alguns artistas maiores do final do século XX.
De facto, numa época em que as tecnologias da imagem não só sofreram grandes alterações com o digital, como começaram a generalizar-se de forma permeável a largas camadas da população e quando vários artistas assumiram um fascínio pelas novas possibilidades tecnológicas oferecidas, uma nova geração, revelada na década de 1990, enveredou por um caminho diferente e privilegiou os usos populares das tecnologias, submetendo-os a deslocações através de processos de manipulação ou contextualização espacial. (...)
Se a construção de uma teoria da arte pede conceitos à teoria no sentido geral para interpretar e organizar definições sobre as matérias sensíveis e inteligíveis constitutivas das obras, o interesse maior de uma teoria da arte pode residir na sua capacidade de proporcionar argumentos capazes de relacionar os dados específicos da obra com um quadro geral do pensamento.
É essa admirável manifestação que este ensaio realiza ao construir uma teoria da arte sobre o recurso à obsolescência enquanto processo crítico do valor da tecnologia no quadro histórico do capitalismo avançado.