Editorial: Companhia das Ilhas
Número de páginas: 48 págs. 11.0 x 15.0 cm
Fecha de edición: 01-09-2015
EAN: 9789898828002
ISBN: 978-989-8828-00-2
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O poeta chega à Foz do Cobrão como se viesse dentro de um barco antigo, adormecido, à procura de uma voz, de uma palavra, de um texto há muito escondido. O poeta chega para uma simples residência de poesia. E depois, ouve a chuva a cair, vê o sol a nascer, deslumbra-se com as escarpas do Almourão e das Portas do Ródão. Fica cheio dos dias que lhe entraram na alma. E diz: “rejuvenesci”.
O poeta vem sem suspeitar que ali, nas águas e nas margens do Ocreza, avistará as ninfas e as aves selvagens e todas as flores do mundo. Sem suspeitar que, naquele espaço imenso, encontrará abelhas e sonhos, castelos, barcos, grifos e cascatas, xisto, aranhiços. E ouvirá as aldeias a chamá-lo para que os seus nomes entrem para os livros: Chão de Servas, Alvaiade, Cerejal e tantas, tantas outras, num sobressalto de palavras.
Este entendimento do poeta com a paisagem marcará a escrita musical de Vergílio Alberto Vieira que nos dá, neste livro, testemunho de um evento poético único no país, o poesia, um dia em Vila Velha de Ródão.
O poeta bebeu do Poço Mel, ao lado do lavadouro da aldeia, junto à Foz do Cobrão, como os antigos bebiam de fontes inspiradoras. Foi dali que partiu para uma aventura literária singular. Com longos anos de escrita e uma obra poética largamente reconhecida, o Vergílio afeiçoou-se ao novo que o esperava nesse rio, nessa comunidade, nesse concerto de vozes.
E todos nós, além das ninfas, lhe agradecemos.