Caldeira, Alfredo
Roberto, António Possidónio
Editorial: Edições Colibri
Número de páginas: 266 págs. 23.2 x 16.0 cm
Fecha de edición: 01-11-2023
EAN: 9789895663514
ISBN: 978-989-566-351-4
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Precio (IVA incluído): 28,08 €
As escutas telefónicas datam da invenção desse aparelho de comunicação, há cerca de 150 anos, sendo certo que evoluíram, e muito, até aos nossos dias, quer em quantidade, quer em tecnologia.
• Especialmente apetecida pelas polícias e serviços secretos, a interceção telefónica foi amplamente utilizada pela polícia política do regime de Salazar e Caetano, a PVDE/PIDE/DGS.
• O estudo de mais de 500 processos de escutas telefónicas dessa polícia, realizadas nos últimos 10 anos da ditadura (1964-1974), permitiu identificar um total de 89.150 dias escutados, correspondentes a cerca de 244 anos, em pouco mais de 10 anos de funcionamento!
• O que mais interessava àquela polícia eram temas como a "reputação profissional", "dificuldades c/ família", "ambiente familiar", "bens que mais aprecia", "possibilidade de aceitação de espórtulas", "amantes", "passatempos", etc. - o que ilustra bem a natureza totalitária dessas investidas policiais.
• A sua utilização abusiva propiciava jogos de poder e influência no seio da própria polícia e no governo, destacando-se a apresentação periódica de excertos de relatórios/transcrições ao Presidente do Conselho.
• Sendo as escutas telefónicas um segredo absoluto da polícia política, constituíram um elemento a acrescentar ao clima de medo que sustentava o regime. Mas o certo é que muitos milhares de cidadãos portugueses e estrangeiros e entidades coletivas, incluindo representações diplomáticas, estão expostos na documentação dessas escutas telefónicas, enquanto escutados, familiares ou simplesmente referidos, engrossando assim vertiginosamente o número de "suspeitos".