Editorial: Chiado
Colección: Compendium
Número de páginas: 156 págs.
Fecha de edición: 01-06-2014
EAN: 9789895114795
ISBN: 978-989-51-1479-5
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Para ser Vasco da Gama (e quem sabe se para o não ser, de tanto o querer ser) Vasco da Gama, o «forte Capitão», há de ser e há de acreditar que é Vasco da Gama-Ulisses-Eneias, o que lhe permitirá ser Vasco da Gama (e quem sabe se, inadvertidamente, Vasco da Gama); para não ser Alonso Quijano, o fidalgo manchego há de ser o D. Quixote que não é, embora o seja. Enquanto D. Quixote, em revezamento identitário, se afirma na negação de Alonso Quijano, Vasco da Gama talvez se negue na afirmação de uma desaforada e problemática extensibilidade. Ambos terão de deixar de ser o que são para (não) “serem” o que querem ser. Indo muito além da antonomásia, não estará Camões, empenhado em que o Gama supere Ulisses e Eneias, a desencadear procedimentos metamórficos comparáveis aos que Cervantes activa para demudar Alonso Quijano em D. Quixote? «Donde acaban Las Lusiadas empieza Don Quijote», escreveu Ramiro de Maeztu (2004: 62). Entre as duas obras não há solução de continuidade.