Editorial: Maria da Piedade Galhardo
Número de páginas: 167 págs. 22.8 x 15.0 cm
Fecha de edición: 02-08-2021
EAN: 9789893321133
ISBN: 978-989-33-2113-3
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ão sei onde li que a poesia é uma flor que tem fome. Naturalmente fome de beleza, de encantamento estético, de criação espiritual. Fome de extravasão anímica, de fraternidade humana, de saudade e de paixão. Fome de lirismo, fome de ternura como a de Florbela, fome de paz interior como a de todos os desesperados. Escreveu Júlio Brandão, talvez pensando em São Franscisco de Assis: "Um poeta ou um santo são as expressões mais augustas da vida".
Neste livro de poemas, "Palavras de Saudade - Sílabas de Amor, Piedade Galhardo transfigura a poesia em arte sublime de humanismo, de amor, de lembranças e de fugas ao quotidiano banal e sua dormência. Sobrepõe a verdade visionada através do caleidoscópio da fantasia ou do sentimento à verdade jacente na natureza das coisas. Vê ametistas e topázios nas gotas de água irisadas pelo sol, escreve poemas de dor e sensualidade em uivos de desespero nas litanias do vento em noites escaldantes de paixão, ou em sibiloos frios de ironia que nos prendem nos recantos dos seus pensamentos.
Piedade Galhardo, quando entra em transe poético, é uma faminta à busca de expressão para o que normalmente sente como inexprimível, a sua própria vivência nas veredas da solidariedade, do humanismo, do amor e da saudade. E o que mais empolga não é, como em tangtas outras poetas da mesma raiz, o drama da procura, a angústia da dúvida, o travor da decepção!...
A sua poesia reflecte o enlevo do amor, a ventura da posse, o encanto natural da vida. Parafraseando Dumas Filho, "A arte tem necessidade de solidão, ou de miséria ou de paixão. É uma flor presa nas rochas que deseja vento e terreno duro".