Martins, Moisés de Lemos
(ed.)
Macedo, Isabel
(ed.)
Editorial: Edições Húmus
Número de páginas: 224 págs. 23.0 x 16.0 cm
Fecha de edición: 01-11-2019
EAN: 9789897554278
ISBN: 978-989-755-427-8
Precio (sin IVA): 14,63 €
Precio (IVA incluído): 15,22 €
As políticas da língua e as políticas de comunicação da ciência decidem, não apenas quem tem o poder de definir a realidade social, como de igual modo o poder de impor essa representação. A globalização da investigação em Ciências Sociais e Humanas está ligada à globalização dominante, ali¬mentada pela indústria dos países anglo-saxónicos. Mobilidades e redes de investigação, avaliações internacionais, grandes reuniões científicas inter¬nacionais, patrocinadas por associações globalizadas tendem a enfatizar e a endossar a assimilação e a reprodução do pensamento anglo-saxónico hegemónico no campo das Ciências Sociais e Humanas, legitimando o “pen¬samento único”, científico e epistemológico.
Em Portugal, particularmente no que se refere às Ciências da Comunica¬ção, o Português é a língua de ciência, comum a todas as revistas. E esta política de língua é compreensível, não apenas como uma estratégia para uma mais alargada difusão da produção nacional, mas também como um modo de ultrapassar as tradicionais dificuldades de uma limitada circula¬ção internacional dos artigos.
Ao longo das últimas décadas, as comunidades científicas das Ciências Sociais e Humanas criaram associações nacionais e lusófonas para pro¬mover a língua portuguesa como língua de conhecimento, contribuindo para a internacionalização dos seus investigadores. No entanto, embora o Português seja falado por mais de 250 milhões de pessoas – constituindo a quinta língua mais falada no mundo – os investigadores de Ciências Sociais e Humanas desconhecem, muitas vezes, a investigação que os seus pares linguísticos realizam.